sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Algumas duplas de que eu gosto

As duplas românticas de cinema! Tão importantes, tão irresistíveis! Ora listo as minhas favoritas sem ordem específica de preferência.


Fred Astaire e Ginger Rogers





As duplas nos musicais resultam-me fascinantes, porque, para mim, a química da dança é a mais irresistível. Se dois bailarinos dançam bem e com empatia (nem que esta seja uma farça), estamos perante uma dupla maravilhosa. Já li que Fred e Ginger não eram os melhores amigos mas também sei que Fred ofereceu uma prenda a Ginger (um alfinete em forma de pena, julgo eu) que remetia para o vestido que a loira usou no número "Cheek to Cheek" em "Top Hat". Este é uma uma delícia de filme. Fred dava classe a Ginger, como se diz (realmente a jovem era pouco elegante a caminhar e a dançar), e esta dava sex appeal a Fred (não concordo com esta ideia, porque, para mim, Ginger não é sexy). Charme, classe, alegria, evasão são os ingredientes que esta dupla transmite.




Fred Astaire e Judy Garland





Apenas fizeram um filme juntos, "Easter Parade". A dançarina que mais associamos a Fred Astaire é Ginger Rogers. Pode não ser a melhor a dançar, mas como fez 10 filmes com o mestre da dança, é normal que essa associação se faça. Ora, eu sinto uma maior química entre Fred e Judy Garland do que entre o dançarino e a loira. Fred Astaire e Judy Garland não são bonitos em termos clássicos, são baixinhos e simpáticos. Estão tão bem juntos. Transmitem alegria como a dupla Fred e Ginger não consegue. Obviamente que Judy Garland é muito melhor a cantar que a dançar. Os números entre Fred e Ginger são bem mais belos que as danças entre Fred e Judy. Contudo, a alegria, a química entre os dois baixinhos divertidos é mais notória e irresistível.



Humphrey Bogart e Lauren Bacall





Não sou fã dos filmes que vi entre eles os dois e, sinceramente, não vejo uma química gigante e escaldante entre o durão e a "the look". Acontece que como sei que os dois eram muito apaixonados, boas pessoas e bons atores, a dupla realmente é-me apreciável. Em "To have and have not", a química é mais notória que nos outros filmes que vi. Foi nesse filme que se conheceram e se apaixonaram. 


Errol Flynn e Olivia de Havilland





O romantismo de forma infantil, semelhante aos contos de fadas. E há mais romantismo que isto? É tão puro, tão charmoso. Errol o aventureiro e Olivia a doce e impetuosa donzela. Errol é tão alegre e Olivia tão mimosa que parece que vieram do mundo da fantasia (e o cinema é, muitas vezes, fantasia) para nos fazer entrar nesse mesmo mundo.


Grace Kelly e James Stewart





Uma dupla pouco falada. É mais abordada aquela que se fez conhecer no requintado filme "To catch a thief", com Grace Kelly e Cary Grant. Eu percebo que Grace e Cary façam uma boa dupla porque os dois são possessores de uma qualidade bastante acentuada em ambos: o charme. Acontece que "To catch a thief" é, a meu ver, um pouco aborrecido. Não sou igualmente fã de "Rear Window", onde Grace Kelly contracenou com James Stewart, mas é inegável que é um filme superior ao outro, além de me divertir bastante mais. A simplicidade de James Stewart contrasta com a elegância de Grace Kelly, mas não se trata de um contraste desconfortável. É estranhamente apreciável. Os dois têm tanta química! As suas discussões, os seus beijos, tudo é tão real e romântico. Uma dupla que deveria ser mais valorizada, devendo ser apreciada como o filme que os viu juntos, que é um dos clássicos mais amados do cinema.



Gregory Peck e Audrey Hepburn





Que atores tão simpáticos! Num filme tão simpático, "Roman Holliday". Gregory Peck é dotado das qualidades de James Stewart: simples, divertido, humilde, charmoso (estou a falar baseando-me no filme que fez com Audrey, mas julgo que o homem devia ser simpático também na vida real). Audrey Hepburn é, igualmente, boa onda. É uma versão feminina de Gregory. Os dois a passear por Roma materializaram a felicidade!


Spencer Tracy e Katharine Hepburn





Amantes na vida real e na tela. E estamos perante dois bons atores. Logo, a dupla é forte e tem química. Spencer tracy não é um galã e Hepburn não é sexy, mas são um casal real, envolvente.



Katharine Hepburn e Cary Grant





Esta dupla é maravilhosa. A minha favorita. Cary e Katharine são atores com um jeito para a comédia notório. São divertidos, simpáticos mas diferentes de James Stewart, Audrey Hepburn ou Gregory Peck. Cary tem um charme snob e Katharine é dura. Essa mistura dá-lhes graça. Em "The Philadelphia Story", a química é perfeita. Os dois são bons comediantes, mas com classe. Em "Bringing up Baby", os dois estão ainda mais maravilhosos. Cary parece brincar com a classe dele ao ver-se perante situações muito embaraçosas. Katharine é versátil e consegue fazer de mulher desvairada. Uma dupla maravilhosa.



Fred Astaire e Cyd Charisse





Ann Miller e Cyd Charisse são as melhores bailarinas do cinema clássico e, ao pé de Fred Astaire, fazem uma dupla cheia de charme e beleza. Ann Miller apenas fez um filme com Fred e nem sequer são o par oficial do filme (estou a referir-me a "Easter Parade"). Já Cyd fez, se não me engano, dois musicais com o rei da dança. "The Band Wagon" é um musical maravilhoso e Cyd e Fred fazem um par charmoso não só por dançarem muito bem os dois mas também porque são pessoas simpáticas.



Cary Grant e Ingrid Bergman





Cary não é muito simpático nem afetuoso para com Ingrid numa das obras clássicas do mestre do suspense. Estou a falar do filme "Notorious". Ele é frio para com ela em quase todo o filme, compensando a sua atitude no final, quando a salva, levando-a para fora da mansão. Embora não seja uma dupla muito romântica, os dois são bons atores e têm tanto carisma que é difícil não gostar da dupla.



Rita Hayworth e Fred Astaire






Sempre que o Fred Astaire entra num musical, eu aprecio a dupla. E com Rita Hayworth não podia ser diferente, se bem que gosto mais de ver Fred com Cyd, Judy e Ginger. Rita dança bem, é elegante como Fred e é a sua parceira mais bonita. Todavia, não tem a alegria das outras parceiras. Fred adorou trabalhar com Rita (fizeram dois musicais: "You'll never get rich" e "You were never lovelier"), considerando que a deusa ruiva havia sido a sua parceira favorita (não sei se disse isto já depois de ter dançado também com Judy e Cyd).




Hedy Lamarr e Charles Boyer





Vi recentemente "Algiers", um bom filme, por estar interessado em conhecer a dupla Charles Boyer e Hedy Lamarr. Fiquei admirado como o livro "Leading Couples: The most unforgettable screen romances of the studio era" (não possuo o livro) inclui esta dupla, pois, depois de investigar alguma coisa de cinema, eu nunca tinha ouvido falar. É de admirar como uma dupla formada por dois atores não muito conhecidos e com fama de serem medíocres na sua profissão, além de apenas terem realizado um filme juntos, surja no livro. Eu, perante esta situação, pensei que se deveria tratar de um dupla com muita química. Ora, não achei. "Algiers" é um bom filme, Boyer, que, para mim, não é assim tão mau ator como dizem, está bem e Hedy Lamarr é bonita, mas eu sinceramente não a acho boa atriz. Com uma atriz de pouco talento, a força desta união perde encanto. Apesar disso, é uma dupla que eu gosto. O charme dele e a beleza exótica dela, reunidos no ambiente também exótico do filme, fazem com que a dupla seja sedutora. Não é das melhores duplas, mas tem o seu charme.


Greta Garbo e Mervyn Douglas





Mervyn Douglas não é um ator muito conhecido e eu apenas o conheço do filme "Ninotchka". A dupla Garbo/Douglas é pouco abordada, mas, para mim, é maravilhosa. Greta Garbo é reservada e de aparência fria como Kim Novak. Poder-se-ia dizer que ela apenas fica bem sozinha (para brincar com a famosa frase que, para sempre, lhe ficou associada), mas a diva tem realmente química com Mervyn. O papel dela no filme referido também é romântico, facilmente concretizador de um dupla deslumbrante do cinema. Mas não basta ter isso em conta. Garbo está realmente fantástica com Mervyn. Mesmo quando faz de mulher fria, a união entre os atores é fantástica. Mervyn é divertido e charmoso, contribuindo para o poder da dupla, ao tentar mudar o aspeto distante de Garbo.


Robert Mitchum e Jane Russell


Eu nunca vi nenhum dos filmes em que esta dupla entrou ("His kind of woman" e "Macao"), mas a curiosidade é bastante pelas cenas que consegui assistir onde o durão Mitchum contracena com a igualmente rígida Jane Russell, uma atriz que eu gosto muito. A química é perceptível, mesmo vendo-se apenas alguns clips dos filmes. Eles são carnais, fortes, intensos, agressivos. Fazem uma dupla nada etérea, mas irresistivelmente física.



Myrna Loy e William Powell





Vi "The Great Ziegfeld", onde a dupla William Powell/Myrna Loy assume-se como protagonista, embora Myrna quase não entre em cena e demore bastante tempo para aparecer (claro que a narrativa, baseando-se na vida de Florenz Ziegfeld, assim o exigia, mas fiquei um pouco decepcionado por Myrna não entrar tantas vezes e tão tarde no filme) . A química não é forte, mas creio que a série de filmes "The Thin Man" é a mais adequada para se ver a magia entre Myrna e Powell. Acho que vou gostar. Escolhi esta dupla porque Myrna é das minhas atrizes favoritas e ela fica bem com quase todos os atores ao fazer de esposa perfeita, o seu papel mais lhe associado. Por excertos que vi da série "The Thin Man", a química é notável.

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